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Aquecimento Global: O Último Reduto do Socialismo

Gary North - 23 de março de 2015

Em dezembro de 1991, a União Soviética cometeu suicídio. Este foi o maior império da história que desapareceu sem violência.

Em setembro de 1990, o economista socialista multimilionário Robert Heilbroner escreveu um artigo para The New Yorker: "Depois do Comunismo." Foi um artigo surpreendente. Ele realmente falou sobre o fato de que Ludwig von Mises havia previsto em 1920 que o socialismo não funcionaria, e então escreveu estas três palavras: "Mises estava certo." Essa admissão veio de um homem que escreveu, de longe, o livro mais popular sobre a história do pensamento econômico, The Worldly Philosophers, no qual ele nem sequer mencionou Mises. Ele se tornou multimilionário com esse livro, mas em 1990, estava implicitamente admitindo que a observação mais importante da economia do século XX havia sido a de Mises sobre a irracionalidade inerente do socialismo, e isso foi ignorado por 70 anos pela profissão econômica. Ainda está sendo ignorado.

Nesse artigo, ele tentou dar esperança aos seus colegas socialistas. Disse que havia uma possibilidade de manter o movimento socialista vivo ao se comprometer com o ambientalismo.

Em 1992, a Organização das Nações Unidas introduziu pela primeira vez o projeto contra o aquecimento global conhecido como os protocolos de Kyoto. Essa foi a resposta do movimento socialista mundial ao colapso da União Soviética. Nunca ouvi ninguém mais falar sobre esse timing, mas me parece óbvio. Me chame de historiador de conspirações.

Duas décadas antes, os atuais promotores do aquecimento global haviam previsto uma nova era glacial.

Esse alarde não funcionou, então eles mudaram para o aquecimento global. Necessidade é lei, e queimamos o que podemos para fazer fogo

CIÊNCIA RUIM PARA UMA ECONOMIA RUIM

Meu amigo Arthur Robinson é, de longe, o cientista mais persistente que se opõe à ideia do aquecimento global.

Na verdade, ele não se opõe à ideia do aquecimento global. Ele a favorece. Diz que isso aumentará drasticamente a produção agrícola. Mas ele se opõe à ideia de que haja um aquecimento global significativo, e também se opõe à ideia de que algo que a humanidade tenha feito tenha aumentado ou diminuído o aquecimento global.

Ele reuniu mais de 31.000 cientistas, que assinaram uma petição afirmando que não há evidências sólidas a favor da ideia de que algo que a humanidade tenha feito no último século tenha aumentado o aquecimento global. Ele é o cientista, acima de todos os outros cientistas, que é desprezado pelos defensores do aquecimento global. Eles fizeram tudo o que puderam por mais de 15 anos para desacreditá-lo e à sua petição. Mas a petição é real, e os opositores científicos da tese do aquecimento global também são reais. Não há uma petição comparável a favor da hipótese do aquecimento global. Os defensores do aquecimento global não reuniram nada parecido com 31.000 pessoas que assinaram uma petição dizendo que acreditam que há uma relação de causa e efeito entre produtividade industrial, CO2 e aquecimento global.

Dito isso, permita-me lembrá-los de algo que poucas pessoas estão cientes. A iniciativa do aquecimento global tem sido um fracasso legislativo sem igual. Nenhuma nação fez nada significativo para interferir na produtividade industrial dentro de suas fronteiras, com base na ideia de que o governo tem a responsabilidade de restringir os negócios por causa do aquecimento global.

Houve muita legislação com relação à poluição, antes dos protocolos de Kyoto. Há leis ambientais que são aplicadas para reduzir a poluição. Estou falando especificamente da promoção das Nações Unidas do que é conhecido como o protocolo de Kyoto. As principais nações identificadas como as grandes nações do aquecimento global, ou seja, Estados Unidos e China, nunca ratificaram este tratado. Ele não é aplicado por nenhuma agência reguladora dentro das fronteiras dessas duas nações.

Dada a imensidão do suposto problema, e a escassez de quaisquer respostas governamentais a ele, o movimento do aquecimento global falhou. Ele continuou insistindo que, se os governos não fizerem algo sistemático e abrangente, o aquecimento global levará a uma série de catástrofes. Mas eles disseram isso por mais de 25 anos, e não houve catástrofes identificáveis relacionadas ao aquecimento global, embora muitos comunicados de imprensa superficiais tenham insistido que tais relações existem.

Estamos agora 23 anos mais próximos das supostas catástrofes que o aquecimento global supostamente produzirá, e não há sinais delas. Não houve aumento na temperatura mundial em 16 anos. Nos dizem que há mudança climática, mas deixe-me garantir, não há mudança política. Não há nada sendo feito no frente do aquecimento global que tenha tido um impacto significativo na redução das emissões de dióxido de carbono. O movimento do aquecimento global é um clássico tigre de papel. É um movimento de intelectuais de esquerda, mas não levou a nenhuma legislação significativa que tenha reduzido a emissão de dióxido de carbono. Esse é o teste de um movimento político. O movimento pode apontar uma legislação identificável? No caso do aquecimento global, não há legislação significativa.

A NECESSIDADE DE SIMULTANEIDADE

Aqui está o problema que eles enfrentam, além do fato de que não há evidências de causa e efeito. Isso não impediu movimentos políticos no passado. O problema que os defensores do aquecimento global enfrentam é este: para ser eficaz, tem que haver uma legislação coordenada contra as emissões que seja aplicada igualmente em cada país industrial, mas especialmente na China e nos Estados Unidos. Se a China e os Estados Unidos não aplicarem tal legislação, então a legislação é inútil em todos os outros países.

Nos dizem que este é um problema global. Ele exige uma iniciativa global e uma solução global. Se todos não agirem para controlar a produção industrial por meio de legislação, então qualquer nação que imponha esses limites à sua produção industrial sofrerá as consequências de uma produção reduzida, receitas fiscais reduzidas e emprego reduzido. Mas como nenhuma outra nação faz isso, o aquecimento global não é reduzido de forma alguma. É o velho problema de coordenação: "Você vai primeiro se não formos todos ao mesmo tempo."

Ninguém quer ir primeiro a menos que todos façam ao mesmo tempo. Nenhum líder político quer ser culpado por uma produção econômica reduzida em seu país, a menos que o líder possa mostrar que todas as outras nações sofreram reduções comparáveis na produção. Somente se houver uma política coordenada internacionalmente a agenda dos defensores do aquecimento global pode ser implementada. Mas eles não conseguem obter cooperação internacional. A Organização das Nações Unidas tem zero influência, e não conseguiu fazer com que os principais violadores dos protocolos de Kyoto parem de violá-los. Os Estados Unidos nem sequer fingiram aplicar os protocolos de Kyoto. Nenhum presidente submeteu o tratado ao Senado, porque cada presidente sabe que ele não será ratificado pelo Senado. Nenhum presidente quer ser humilhado em plena vista pública, então todos eles ignoraram o tratado. Eles nunca o mencionam.

O ÚLTIMO REDUTO DO SOCIALISMO

O aquecimento global é o último reduto do socialismo. O aquecimento global foi usado para substituir a fé vacilante no socialismo, devido ao colapso da União Soviética em dezembro de 1991. O coração do movimento socialista se esvaiu.

Os defensores do aquecimento global imediatamente ocuparam esse vácuo. Eles insistiram que ainda há esperança para o planejamento doméstico, e esse planejamento doméstico será coordenado internacionalmente. Mas tudo é fumaça e espelhos. Não há planejamento coordenado. Não há maneira de alcançar um planejamento coordenado. E isso significa que qualquer líder nacional que imponha restrições à produção para reduzir o aquecimento global comete suicídio político. Não haverá redução do aquecimento global a menos que todas as regulamentações sejam impostas a todos os violadores, e isso não é politicamente possível.

Então, o movimento socialista realmente acabou. Ele teve apenas uma vitória desde 1991. Ele persuadiu milhões de pessoas sobre os problemas do aquecimento global, que na verdade não existem, mas então essa opinião pública foi frustrada pela realidade política. Eles animaram as tropas, mas as tropas não elegem políticos comprometidos com a implementação da agenda contra o aquecimento global. Nenhum líder quer a agenda do aquecimento global em sua nação, sozinha, quando as outras nações se recusam a implementá-la. Nenhum político faz campanha com tal plataforma, e portanto nenhum político é eleito em termos dessa plataforma.

Em outras palavras, o socialismo está morto na água de temperatura estável. Pela própria natureza de sua última campanha remanescente, eles têm que conseguir tudo ou nada. Eles têm que fazer com que todas as legislaturas nacionais cooperem. Eles têm que coordenar a implementação das políticas. Inerentemente, eles não conseguem fazer isso. O velho slogan de Stalin, "socialismo em um só país," vai contra o requisito dos defensores do aquecimento global. Eles têm que conseguir socialismo em todas as nações, ou não o conseguirão em nenhuma delas. Eles têm que fazer com que sua agenda seja legislada em todas as nações simultaneamente, ou então não conseguirão que nenhuma nação importante implemente a agenda de forma alguma.

A esquerda esgotou seu capital político. Em desespero, a esquerda em 1992 abraçou o aquecimento global, e isso condenou a esquerda.

É uma coisa maravilhosa de se ver.

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Traduzido e publicado por trdd.org com permissão. Texto original em inglês enm www.garynorth.com/members/13584.cfm